O Lago Yharnis e o Conhecimento Proibido
Ninguém jamais voltou do Lago Yharnis. Cercado por florestas sombrias e montanhas ancestrais, seu espelho d’água era um portal para algo esquecido pelo tempo.
Mas Edgar Thorne, arqueólogo cético, desdenhou das lendas e remou até o centro, onde rumores falavam de ruínas submersas.
Ao lançar a sonda, sentiu a corda puxar de forma errática. Então, um som emergiu — um murmúrio úmido e gutural, impossível de ser formado por lábios humanos.
As águas começaram a borbulhar. Algo se erguia das profundezas. O bote oscilou quando Edgar viu — não com os olhos, mas com a mente.
Formas ciclópicas, tentáculos vastos como colunas de um templo profano. Uma boca sem fim, repleta de olhos que choravam sombras.
O conhecimento proibido sussurrou em sua alma: Aquele que Sonha Abaixo despertava. Ele tentou remar, mas suas mãos tremiam.
O céu se rasgou em um vórtice antinatural. A sanidade escorria de sua mente como areia entre os dedos. E então, ele compreendeu.
Ele não voltaria. O Lago Yharnis sempre exigia um tributo. Na manhã seguinte, o bote de Edgar flutuava vazio na margem.
O povoado o encontrou ali, mas ninguém ousou entrar na água. Sabiam que, à noite, se escutariam murmúrios vindos das profundezas, chamando um novo nome.
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